quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Caminho de Santiago #4 - A decisão

Tui - 1 de Agosto 



Fazer o Caminho de Santiago já estava na lista de objectivos há muito tempo. Para ser mais precisa, há 13 anos, altura em que no 11º ano alguém se lembrou de fazer o Caminho como "visita de estudo". Claro que acabou por não se realizar uma vez que quase toda a gente desistiu da ideia (eu alinhei até ao fim!). E ainda bem, percebo agora que provavelmente não estaria preparada para o fazer. Não me refiro a preparação física mas sim à falta de maturidade para entender todas as aprendizagens que o Caminho nos vai dando.
O tempo foi passando mas o desejo foi permanecendo. A falta de oportunidade e de companhia, o receio, foram adiando a tomada de decisão.
Em fevereiro, deste ano, numa conversa via chat com as amigas do coração, alguém lança a pergunta "e se fizéssemos o Caminho de Santiago no Verão?". A oportunidade que esperava há tanto tempo estava ali mesmo à minha frente e só havia uma resposta possível: "Sim, vamos!". Tinha a oportunidade e a melhor companhia para o enorme desafio a que nos propusemos. 
Marcámos a aventura, tendo em conta as férias das três, para a primeira semana de agosto. Comecei, aos poucos, a recolher toda a informação possível e a planear tudo aquilo que é possível planear - terão oportunidade de perceber, no decorrer desta partilha, que o melhor do Caminho é ir sem grandes planos, caso contrário acabamos por perder uma das melhores experiências da nossa vida.
Nos tempos que se seguiram, entre fevereiro e agosto, a minha vida acabou por dar uma grande reviravolta e fazer o Caminho acaba por ganhar um novo sentido - seria a oportunidade de me reencontrar, de recomeçar e de me renovar. No Caminho temos todo o tempo do mundo para pensar e analisar todas as lições que a vida nos vai dando.
Muitas pessoas fazem o Caminho para encontrar algumas respostas. Não era, de todo, o meu caso. Na verdade, já tinha as respostas às minhas dúvidas, há muito tempo. O Caminho não te dá o que procuras mas sim o que necessitas - uma das grandes lições do Caminho.
Para terminar esta introdução, importa lembrar que o Caminho de Santiago, para muitos, pode ser apenas um percurso que começa à porta de casa ou noutro sítio qualquer e que termina em Santiago de Compostela. Ou então, pode ser O Caminho. Depende da postura com que o fizermos. Pode ser feito a correr, com pressa de chegar ao destino e não aprender nada com ele. No caso de optar pela postura contrária, estar aberto a todas as aprendizagens, rapidamente se percebe que Santiago de Compostela não é o fim do caminho mas, quem sabe, o inicio de um Caminho pessoal de desenvolvimento. 
A verdade é esta: estamos tão centrados nos problemas do dia-a-dia e nem parámos para perceber aquilo que efetivamente necessitamos. Como disse anteriormente, fazendo o Caminho tempos todo o tempo do mundo para pensar, aprender e compreender. Num instante, o Caminho estará no nosso coração e este é apenas um começo...


Um mês depois, posso garantir-vos que foi umas das melhores experiências da minha vida.
Voltarei em breve a este assunto, com dicas e sugestões.






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