sábado, 21 de janeiro de 2017

Bairro do Avillez

O Bairro do Avillez foi um dos sítios giros que conheci em 2016 e ao qual valerá a pena voltar numa próxima ida a Lisboa.
Foi no início de novembro que, com as amigas do coração, rumei à capital, para desfrutar do fim-de-semana. 
Desde que começámos a planear esta escapadinha que havia um objetivo comum a todas: conhecer o Bairro do Avillez. Sabendo de antemão que as filas ao fim-de-semana são grandes e que isso equivale a esperar cerca de 1h30, entrei em contacto duas semanas antes para tentar efetuar reserva. Nessa altura informaram-me que só fazem marcações para o Páteo. Ora, a nossa ideia era ir à Taberna. Nada feito, portanto. Explicaram-me que não há "horas aconselhadas" porque isso varia sempre mas que tentasse chegar cedo. Chegada a altura, decidimos jogar pelo seguro e, em vez de irmos ao jantar, optámos por ir almoçar. Fomos preparadas para ter de esperar um bocado. Chegámos por volta das 12h30. Para nossa surpresa, foi chegar, pedir mesa, aguardar 2 minutos e sentar. Estava tudo a correr bem.


O espaço:









Um bairro "atipicamente" lisboeta.
Não há dúvida nenhuma que o espaço foi muito bem conseguido. Tanto a Taberna como o Páteo, são espaços nos quais apetece ficar horas seguidas. A partilhar sabores, conversas e e gargalhadas cúmplices. Foi precisamente o que aconteceu. Este foi um almoço partilhado entre amigas, num dia de chuva. Quando olhámos para o relógio percebemos que estávamos há quase quatro horas à mesa. Não demos, sequer, pelo tempo passar.

Apesar de já ter uma ideia do espaço, devido às fotografias que fui vendo, a verdade é que o espaço surpreendeu. A ideia que tinha não correspondia totalmente à realidade. O espaço é ainda mais giro e maior do que aquilo que eu imaginava. Remete-nos imediatamente para os bairros lisboetas, em todas as suas tradições. Logo à entrada, do lado esquerdo, encontra-se a Mercearia, com produtos tipicamente portugueses - queijos, enchidos, conservas, acessórios de cozinha, livros e aventais.
De frente, a Taberna. Um espaço surpreendente para que gosta de comer bem. Ideal para almoçar, jantar ou petiscar a qualquer outra hora do dia (a partir das 12h). Um espaço à média luz, com um balcão e bancos altos e mesas para partilhar a dois ou em pequenos grupos. Um grande balcão, divide este espaço da cozinha. Por isso mesmo, sentem-se os aromas das ervas aromáticas, dos enchidos e das iguarias que vão saindo para as mesas.
As próximas imagens podem deixar-vos com água na boca. Vão à cozinha antes de continuar a ler. :)





Antes de mais, importa referir que a ideia é combinar e partilhar: petiscos, salgados, pregos, bifanas e pequenos pratos são algumas das opções. 
O almoço começou com um couvert (1.5€/pessoa) composto por pão, broa de milho, azeitonas marinadas e manteiga dos açores (deliciosa...tão leve que mais parecia uma mousse). Pedimos ainda "Pipocas" de Coirato Picantes (2€) e Azeitonas Explosivas XL (2.5€/2unid.). Quanto às Pipocas, têm uma textura estaladiça e leve, sabor a coirato, ligeiramente picantes e sem gordura. Não sendo a maior apreciadora de coiratos, gostei bastante destas "Pipocas". As Azeitonas foram de prova quase obrigatória. Sendo apenas possível experimentar esta iguaria num espaço do Chef Avillez, não nos permitimos deixar escapar a oportunidade. São servidas em colheres de madeira e deve ser comido de uma só vez. Com uma película fina e gelatinosa no exterior, somos surpreendidos com um sumo com sabor a azeitona no interior. Após alguns segundos, dá-se uma explosão saborosa na nossa boca. Aconselho. Pelo sabor e pela diferença.



A acompanhar um Café Lisboa, uma deliciosa combinação entre rum, frutos vermelhos e hortelã.
Vale (muiiiiiito) a pena experimentar. Uma vez mais optei por algo que não tivesse oportunidade de experimentar em mais lado nenhum.



Croquetes de novilho com mostarda e pickles (4€/2unid.). Bons mas sem serem absolutamente surpreendentes.



O Polvo com alho, molho Kimchi e batata doce (9€) estava muito bom. O molho era diferente de qualquer outro que já tenha comido. Saborosíssimo. A batata doce estava no ponto. Quanto ao polvo, na minha opinião, deveria estar mais tenro.
O Vitelão em duas cozeduras com creme de batata e mostarda (8€) foi uma escolha acertada. Carne do mais tenro que ja comi, desfazia-se em lascas ao toque do garfo. A não perder!




O Bacalhau com broa e creme de cebolada (9€) foi outra escolha acertada. O bacalhau de excelente qualidade, com lascas perfeitas. Mais um prato tipicamente português, confecionado de forma diferente ao habitual mas que não deixou de surpreender.
Por fim, entre as várias sobremesas (e sem foto para vos mostrar), a minha escolha foi um Caramelo Salgado (4,5€). Bem...poderia dizer muita coisa sobre esta sobremesa...mas fico-me por um DIVINAL. Trata-se de caramelo salgado nas mais diversas texturas e temperaturas - espuma, gelado, toffee, bolo com cobertura de pepitas de chocolate, flor de sal e pipocas. 


(imagem do Google)


Resumidamente, foi um almoço excelente. Não esperem pratos muito diferentes e super elaborados  porque, no fundo, vamos encontrar pratos tipicamente portugueses com um toque do Chef e que marca a diferença. Nunca esquecendo que estão num bairro atipicamente lisboeta. Esperem boa comida, bom serviço, simpatia de quem vos atende. E desfrutem de cada garfada! 





Rua Nova da Trindade 18, Lisboa
Segunda a Domingo
Das 12h às 24h


Sem comentários:

Enviar um comentário